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Comparando a boa e velha "gambiarra" brasileira com a "tecnologia" americana dos anos 80

  • Foto do escritor: Jefferson Firmino Mendes
    Jefferson Firmino Mendes
  • 20 de out. de 2024
  • 17 min de leitura

Nas décadas de 80 e 90, os Estados Unidos passaram por um período significativo de avanços tecnológicos e mudanças econômicas, com a alavancagem de circuitos impressos, a chegada dos primeiros computadores pessoais e o avanço da internet. Esse contexto criou uma base para a transformação da economia global, alimentada por inovação, empreendedorismo e a crescente demanda por trabalhadores qualificados em áreas relacionadas à tecnologia.



Avanços nos EUA:

AppleII
AppleII

Circuitos impressos e computadores pessoais:


A década de 80 foi um marco para a tecnologia. Os circuitos impressos, antes restritos a grandes computadores, tornaram-se cada vez menores e mais poderosos, abrindo caminho para a miniaturização dos eletrônicos.

Circuitos Impressos dos Anos 80
Circuitos Impressos dos Anos 80

Imagine a emoção de ligar um IBM PC pela primeira vez e ver a tela piscando com o famoso logotipo da Apple ou da IBM.



Era o início de uma nova era, onde a computação saía dos laboratórios e entrava nas casas e escritórios.

"Minhas primeiras aventuras no mundo digital foram marcadas por horas intermináveis em lan houses e casas de parentes. Lembro-me com clareza do som peculiar do modem discando, como se estivesse decifrando um código secreto para me conectar ao mundo virtual. Ainda lembro do barulho da conexão do discador de internet discada da Oi e como a linha telefônica ficava ocupada para o uso.A espera ansiosa pela página da internet carregar era quase um ritual. E a emoção de finalmente encontrar um vídeo engraçado no YouTube ou Jogar uma partida de Mu Online era indescritível."

Discador de Internet OI
Discador de Internet OI

Som Internet Discada

As primeiras vezes que utilizei um computador pessoal foram na lan house e na biblioteca de estudos de parentes. Eu assistia a vídeos engraçados, como Mundo Canibal, Partoba e outras peripécias da época. Já tinha um certo contato com o ambiente tecnológico por conta dos jogos de videogame, também na lan house, mas isso fica para outro momento. Passava horas assistindo a vídeos e lendo charges do Maurício Ricardo, do site charges.com, Rebosteio e Cia.

PC SIM+
PC SIM+

As configurações do computador eram: Intel Celeron D 331 de 2,66 GHz. O sistema operacional de fábrica foi um Mandriva Linux, que continha alguns jogos, como Frozen Bubble.

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Porém, o sistema era um pouco limitado, especialmente para pessoas mais leigas, o que nos fez migrar para o sistema operacional Windows XP SP3.

Tela de Particionamento 2
Tela de Particionamento 2

Foi aí que tudo começou. Ainda me lembro da tela de partições do Windows XP SP3 e como era difícil fazer o particionamento. E o trabalho que era encontrar os drivers na rede e instalar os drivers corretos compatíveis com as especificações de hardware do computador. Ainda me lembro de redimensionar o tamanho do HD e pressionar as teclas D, C e L para interagir com o sistema (criando, deletando e excluindo partições).

Por vezes, o PC ficava sem som ou lento, pois não tinha o driver de vídeo adequado. Às vezes, não era possível se conectar à internet, pois o controlador de comunicação PCI não encontrava nenhum driver compatível.

Controlador de Comunicação PCI
Controlador de Comunicação PCI

Além de consumir conteúdo, eu também comecei a criar o meu próprio. Lembro da primeira vez que instalei o RPG Maker e comecei a dar vida às minhas ideias. Era um jogo simples, com gráficos rudimentares, mas que me proporcionava horas de diversão. Criar meus próprios cenários, personagens e histórias era como construir um universo paralelo.

Jogos de Naves Antigos
Jogos de Naves Antigos

Naquele tempo, meu computador era um verdadeiro Frankenstein tecnológico. Um emaranhado de cabos, um gabinete robusto e um monitor CRT que ocupava quase metade da mesa. O sistema operacional era o Windows XP, que eu personalizava com skins e wallpapers que encontrava em sites como o Baixaki. Passava horas tentando instalar novos programas e drivers, muitas vezes me deparando com a temida tela azul da morte.


Monitores de Tubo Ainda Eram Comuns Na Época
Monitores de Tubo Ainda Eram Comuns Na Época

Uma das minhas maiores aventuras foi particionar o HD. Lembro de ter seguido um tutorial passo a passo, digitando comandos no prompt de comando e rezando para não formatar o disco por engano. A sensação de ter criado uma nova partição era como conquistar uma nova fronteira digital.





E quem nunca se aventurou pelos mundos virtuais de games como Mu Online e Priston Tale?


Galera Reunida
Galera Reunida

As batalhas épicas, as guildas e as amizades feitas online marcaram a vida de muitos jovens naquela época. O jogo foi inovador no quesito quantidade de comandos utilizados par animações dos personagens que também incentivava os jogadores de qualquer nacionalidade a utilizar o inglês como linguagem escrita.


PVP MU ONLINE
PVP MU ONLINE

Enjoy The Comands Below Everyone
Enjoy The Comands Below Everyone


E os vídeos do Happy Tree Friends? Uma mistura de humor negro e animação que nos proporcionava momentos de pura diversão.

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Atenção! O conteúdo do vídeo abaixo não é recomendável para menores de 14 anos.



A internet discada, com suas conexões lentas e instáveis, era um mundo à parte. Lembro de passar horas baixando uma única música, e a alegria de finalmente poder ouvi-la em meu player Ares. A sensação de estar conectado ao mundo, de poder acessar informações e se comunicar com pessoas do outro lado do planeta, era algo mágico.

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Aquela época foi marcada por desafios e descobertas. Aprender a mexer em um computador era como decifrar um código secreto. Mas foi justamente essa jornada de aprendizado que me proporcionou experiências inesquecíveis e me preparou para os desafios do mundo digital.

Tela de Boas-Vindas Windows XP SP3
Tela de Boas-Vindas Windows XP SP3
Tela de Usuários Windows XP SP3
Tela de Usuários Windows XP SP3

E foi através da internet que eu comecei a construir minha identidade digital, a me conectar com pessoas do mundo inteiro e até mesmo a dar os primeiros passos na criação de jogos.

Educação e treinamento:


A popularização dos computadores exigiu uma nova geração de profissionais. Universidades e centros de pesquisa se adaptaram rapidamente, oferecendo cursos de programação, engenharia de software e outras áreas relacionadas. A figura do "nerd" começou a ganhar destaque, e a programação deixou de ser vista como um hobby para se tornar uma profissão promissora.

Figura do Nerd Ganhou Mais Respeito
Figura do Nerd Ganhou Mais Respeito

Pré e pós internet:


Antes da internet, a comunicação era limitada por cartas, telegrama e telefone. A chegada da World Wide Web, em 1991, revolucionou a forma como as pessoas se conectavam e acessavam informações.

Netscape Navigator
Netscape Navigator

O som característico do modem se conectando era a trilha sonora daquela nova era.


Modem Internet Connection
Modem Internet Connection

A internet democratizou o acesso à informação e abriu portas para novos negócios e formas de interação social.













Propaganda da Apple II Think Different:




Essa frase icônica de Steve Jobs encapsula o espírito inovador da Apple e inspirou uma geração de empreendedores e criadores.

Você que utilizou PC nessa época dourada (anos 70/80/90) se lembra de como era criar suas próprias planilhas no Visicalc ou gerenciar suas finanças no Lotus 1-2-3?
Essas ferramentas, pioneiras em seus respectivos segmentos, revolucionaram a forma como trabalhamos e tomamos decisões.

Surgimento das Primeiras Planilhas Eletrônicas

1. Visicalc


  • Inventores: Visicalc foi criado por Dan Bricklin e Bob Frankston em 1979. Dan Bricklin era estudante de MBA na Harvard Business School e Bob Frankston era engenheiro de software.


Dan Bricklin e Bob Frankston em 1979
Dan Bricklin e Bob Frankston em 1979

  • Motivação para Criação: Eles perceberam a necessidade de uma ferramenta que permitisse a atualização e manipulação dinâmica de dados financeiros, algo que as planilhas de papel não podiam oferecer.

    Visicalc Initial Screen
    Visicalc Initial Screen

    Planilha de Papel Antiga
    Planilha de Papel Antiga

    O Visicalc foi projetado para ajudar empresas a fazer cálculos e análises financeiras de forma mais eficiente, permitindo que os usuários atualizassem rapidamente as informações e vissem as mudanças em tempo real.




  • Impacto no Setor Financeiro: A introdução do Visicalc permitiu que os analistas financeiros e os profissionais de contabilidade automatizassem tarefas que antes eram feitas manualmente, o que melhorou significativamente a produtividade.


  • Isso levou a um aumento na precisão das análises financeiras e ajudou a impulsionar o crescimento do mercado de ações em Nova Iorque, especialmente durante a década de 1980.


2. Lotus 1-2-3

  • Inventor: Criado por Mitch Kapor em 1983, o Lotus 1-2-3 se tornou uma das planilhas eletrônicas mais populares da época.


Motivação para Criação: O Lotus 1-2-3 foi desenvolvido em um momento em que o IBM PC começava a se tornar a plataforma padrão para computação em escritórios. Kapor queria criar uma ferramenta que combinasse as funcionalidades de cálculos, gráficos e gerenciamento de banco de dados em um único software. Essa integração facilitou a análise de dados complexos e a apresentação visual das informações.



  • Impacto no Setor Financeiro: Com o aumento da popularidade do Lotus 1-2-3, as empresas puderam melhorar a análise de dados financeiros e gerenciar suas operações com mais eficiência. A capacidade de gerar relatórios financeiros dinâmicos ajudou as empresas a tomarem decisões mais informadas, o que também contribuiu para a evolução do mercado financeiro.

[insira a imagem aqui: exemplo de relatório financeiro gerado no Lotus 1-2-3]

3. IBM PC

  • Lançamento: O IBM PC foi introduzido em 1981 e rapidamente se tornou a plataforma mais dominante no mercado de computadores pessoais.

[insira a imagem aqui: foto do IBM PC]

  • Motivação para Lançamento: A IBM queria entrar no mercado de computadores pessoais, competindo com outros fabricantes que já estavam estabelecidos. O PC da IBM foi projetado para ser modular e fácil de usar, permitindo que empresas e indivíduos o adotassem com mais facilidade.

  • Hegemonia do Software: O IBM PC tinha uma vantagem competitiva em relação a seus concorrentes, como o Apple LISA, porque possuía uma vasta biblioteca de software. Isso incluiu planilhas eletrônicas, editores de texto e programas de gráficos, que não estavam disponíveis em outros sistemas.




Essa diversidade de software foi crucial para sua adoção em empresas e contribuiu para o crescimento da computação empresarial.



“Você sabia que a primeira planilha eletrônica foi criada em uma época em que a maioria das empresas ainda usava papel?”



“Imagine ter que calcular todos os seus dados financeiros manualmente... e como precursores tais como o Visicalc mudaram essa realidade!”

Gatilhos e Mnemônicos Mentais

"Quais são as ferramentas que você usaria para gerenciar suas finanças se não existissem planilhas eletrônicas?” Deixe nos seus comentários!


Mnemônico Especial: “V.L.I.” (Visicalc, Lotus 1-2-3, Excel) para lembrar os três principais marcas das planilhas eletrônicas precursoras

Conclusão

As primeiras planilhas eletrônicas como o Visicalc e o Lotus 1-2-3 não apenas transformaram a forma como os profissionais gerenciavam dados financeiros, mas também desempenharam um papel crucial no crescimento da tecnologia financeira e do mercado de ações. O IBM PC, com sua ampla gama de softwares disponíveis, garantiu que as empresas pudessem adotar essas inovações com facilidade, moldando o futuro da computação e da análise de dados no ambiente corporativo.

MS EXCEL SPREADSHEET EVOLUTION
MS EXCEL SPREADSHEET EVOLUTION

Essa evolução nos leva a refletir sobre como ferramentas aparentemente simples podem ter um impacto tão profundo nas operações e no crescimento econômico.



Mainly SpreadSheet Contributors Logos Timeline
Mainly SpreadSheet Contributors Logos Timeline




Cenário Brasileiro:


No Brasil, o período foi marcado por avanços tecnológicos mais lentos em comparação aos EUA. Enquanto os circuitos impressos e os computadores pessoais chegaram ao país, eles eram caros e inacessíveis para a maioria da população. A internet só começou a se popularizar no final da década de 90 e início dos anos 2000. O Brasil também enfrentava desafios estruturais, como crises econômicas e instabilidades políticas que impactaram diretamente o investimento em educação e tecnologia.




1. Profissionais qualificados em subempregos:


"Embora o Brasil tenha produzido um grande número de profissionais capacitados, muitos deles não encontram empregos adequados às suas formações. Isso se deve a uma combinação de fatores."



  1. Desigualdade econômica e social.


  2. Mercado de trabalho limitado para áreas específicas.


  3. Falta de incentivos e investimentos em ciência, tecnologia e inovação.


  4. Baixa valorização salarial, com muitos profissionais recebendo salários abaixo do esperado, mesmo com qualificações elevadas.



2. Diferenças com os EUA:

Nos EUA, houve um alinhamento entre o desenvolvimento tecnológico e a formação de profissionais qualificados, impulsionando o crescimento de setores como TI, engenharia e pesquisa.

No Brasil, essa integração foi mais lenta, com menos investimentos públicos e privados em áreas tecnológicas e um mercado de trabalho que não acompanhou a formação de profissionais.


Em suma, enquanto os EUA souberam canalizar as inovações tecnológicas das décadas de 80 e 90 para criar uma economia baseada no conhecimento, o Brasil ainda enfrenta desafios na valorização e absorção de sua força de trabalho qualificada, o que resulta em muitos profissionais ocupando empregos fora de suas áreas de formação, frequentemente com salários baixos.




Na última década, o Brasil passou por uma série de desafios socioeconômicos que afetaram o desenvolvimento tecnológico e humano, em comparação com países como os Estados Unidos.


Embora tenha havido progresso em algumas áreas, como o acesso à internet e o aumento do número de universidades e cursos de tecnologia, os avanços no Brasil ainda ficaram aquém dos observados em países mais desenvolvidos.


Desenvolvimento Tecnológico e Econômico no Brasil


1. Baixo investimento em tecnologia:


O Brasil historicamente investe menos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) em comparação aos EUA. No início da última década, o Brasil destinava menos de 1,3% do PIB para P&D, enquanto os EUA investiam cerca de 2,8% do PIB.



Esse baixo investimento reflete uma menor capacidade de inovação e, consequentemente, menos criação de empregos qualificados na área tecnológica.




2. Fuga de talentos:


Muitos profissionais qualificados, especialmente nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM), acabam emigrando para países que oferecem melhores oportunidades. O chamado "brain drain" (fuga de cérebros) é um problema crônico no Brasil, em parte pela falta de empregos especializados e pelas baixas remunerações.


















3. Desigualdade no mercado de trabalho:


Mesmo com o aumento no número de cursos de tecnologia e maior acesso à educação superior, muitos brasileiros formados em áreas tecnológicas não conseguem se inserir no mercado de trabalho de forma correspondente às suas qualificações. Isso se deve a:


  • Desconexão entre a formação acadêmica e as demandas do mercado.


  • Escassez de empregos de alta qualificação no setor de tecnologia.


Baixa valorização salarial em muitas profissões, com muitos profissionais altamente qualificados recebendo salários próximos ao mínimo.


4. Subemprego e informalidade:


A economia brasileira passou por recessões significativas na última década, principalmente em 2015-2016 e com a crise causada pela pandemia de COVID-19 em 2020.



Esses fatores aumentaram o número de trabalhadores subempregados e no setor informal, impactando diretamente os profissionais qualificados que não conseguem se colocar em empregos adequados.


5. Educação e capacitação insuficientes:


Embora o Brasil tenha expandido o acesso ao ensino superior, ainda enfrenta problemas com a qualidade da educação básica e profissionalizante. Isso cria um descompasso entre a formação de base e as exigências do mercado de trabalho mais tecnológico e globalizado. A falta de habilidades técnicas essenciais, como programação, análise de dados e competências digitais, limita as oportunidades de emprego qualificado.


Comparação com os Estados Unidos


1. Tecnologia e inovação nos EUA:


Enquanto o Brasil tem se focado em expandir o acesso à tecnologia e à educação, os EUA continuam liderando em termos de inovação. Nos EUA, a última década foi marcada pela revolução da inteligência artificial, big data, computação em nuvem e tecnologia 5G, o que gerou uma ampla demanda por profissionais qualificados em TI e engenharia.


As empresas americanas também investem fortemente em P&D, gerando empregos de alta qualificação e incentivando o surgimento de startups e inovações disruptivas.



2. Valorização dos profissionais:


Nos Estados Unidos, os profissionais qualificados em áreas como tecnologia, finanças e engenharia são bem remunerados, com salários competitivos e boas condições de trabalho.




Isso contrasta fortemente com o Brasil, onde, mesmo com a qualificação adequada, muitos profissionais acabam trabalhando em áreas distintas ou recebendo salários baixos.


3. Infraestrutura e ecossistema tecnológico:


O ecossistema de inovação nos EUA é amplamente apoiado por um ambiente propício à criação de startups, acesso a capital de risco e parcerias público-privadas.



No Brasil, o ambiente para inovação é menos robusto, com burocracias, altos impostos e pouco incentivo para empreendedores e investidores em tecnologia.


Reflexão sobre a Realidade Brasileira


A disparidade entre o desenvolvimento dos EUA e do Brasil reflete não apenas questões econômicas e tecnológicas, mas também questões estruturais, como desigualdade social, falta de políticas públicas consistentes de longo prazo e a dificuldade em integrar o mercado de trabalho à oferta de mão de obra qualificada.





Além disso, muitos dos trabalhadores brasileiros qualificados acabam em empregos que não requerem suas habilidades por conta da falta de oportunidades nas suas áreas de formação, muitas vezes sendo forçados a aceitar empregos em áreas menos remuneradas ou subempregos.


Por outro lado, a internet e a tecnologia no Brasil têm mostrado grande potencial para inclusão e desenvolvimento.


O aumento do acesso à internet, mesmo em regiões mais periféricas, tem dado às pessoas a oportunidade de buscar qualificações através de cursos online e de se inserir em trabalhos remotos em empresas estrangeiras, ainda que isso seja uma pequena fração da população.


Em resumo, enquanto o Brasil tem uma força de trabalho altamente qualificada, falta um alinhamento estratégico entre a educação, a economia e o mercado de trabalho.


Para que o Brasil possa acompanhar o desenvolvimento tecnológico e humano de países como os EUA, será necessário um esforço coordenado para melhorar a infraestrutura educacional e de inovação, além de políticas públicas voltadas para a valorização dos profissionais qualificados.


Na última década, o Brasil passou por uma série de desafios socioeconômicos que afetaram o desenvolvimento tecnológico e humano, em comparação com países como os Estados Unidos.


Embora tenha havido progresso em algumas áreas, como o acesso à internet e o aumento do número de universidades e cursos de tecnologia, os avanços no Brasil ainda ficaram aquém dos observados em países mais desenvolvidos.


Comparação com os Estados Unidos


A disparidade entre o desenvolvimento dos EUA e do Brasil reflete não apenas questões econômicas e tecnológicas, mas também questões estruturais, como desigualdade social, falta de políticas públicas consistentes de longo prazo e a dificuldade em integrar o mercado de trabalho à oferta de mão de obra qualificada.


Além disso, muitos dos trabalhadores brasileiros qualificados acabam em empregos que não requerem suas habilidades por conta da falta de oportunidades nas suas áreas de formação, muitas vezes sendo forçados a aceitar empregos em áreas menos remuneradas ou subempregos.


Por outro lado, a internet e a tecnologia no Brasil têm mostrado grande potencial para inclusão e desenvolvimento. O aumento do acesso à internet, mesmo em regiões mais periféricas, tem dado às pessoas a oportunidade de buscar qualificações através de cursos online e de se inserir em trabalhos remotos em empresas estrangeiras, ainda que isso seja uma pequena fração da população.


Em resumo, enquanto o Brasil tem uma força de trabalho altamente qualificada, falta um alinhamento estratégico entre a educação, a economia e o mercado de trabalho. Para que o Brasil possa acompanhar o desenvolvimento tecnológico e humano de países como os EUA, será necessário um esforço coordenado para melhorar a infraestrutura educacional e de inovação, além de políticas públicas voltadas para a valorização dos profissionais qualificados.


Ao incluir uma gama mais ampla de cursos profissionais e áreas técnicas na análise de motoristas de aplicativos e outros trabalhadores subempregados, podemos expandir as estatísticas para representar melhor a realidade desses profissionais. Com a crescente digitalização e demanda por qualificações técnicas, muitos formados em design, tecnologia, animação e outros setores também enfrentam dificuldades em encontrar empregos formais e acabam recorrendo a plataformas como o Uber ou trabalhos freelancers. Abaixo estão estimativas adicionais para essas áreas:


1. Motoristas de Uber e trabalhadores subempregados com formação em design e áreas criativas






O setor de design gráfico e outras áreas criativas também sofreu com a precarização do trabalho, especialmente com o crescimento de plataformas de freelancers, onde a competição é intensa e os valores pagos costumam ser baixos. Estimamos a seguinte distribuição:


Designer gráfico, Photoshop, CorelDRAW, Adobe Suite (Illustrator, InDesign):


Aproximadamente 5% a 8% dos motoristas de aplicativos e trabalhadores subempregados possuem formação em design gráfico e em ferramentas como Photoshop, CorelDRAW e Adobe Illustrator.





Muitos desses profissionais enfrentam desafios para conseguir empregos formais e bem remunerados, levando-os a buscar trabalhos alternativos.


Animadores, editores de vídeo e motion graphics:


Em torno de 3% a 5% dos motoristas de aplicativos e trabalhadores subempregados têm formação em animação e edição de vídeo. Embora essas áreas tenham um bom potencial no mercado de mídias digitais, a alta competitividade e a demanda por experiência fazem com que muitos profissionais recém-formados não consigam se estabelecer.





Design de interiores e arquitetura:


Cerca de 4% a 6% dos motoristas têm formação em design de interiores ou arquitetura. Esses profissionais enfrentam desafios relacionados à saturação do mercado e à baixa demanda por projetos residenciais e comerciais, especialmente em momentos de crise econômica.




2. Motoristas de Uber com formação técnica em tecnologia e áreas digitais


Além das formações tradicionais em engenharia e tecnologia da informação (TI), muitos trabalhadores subempregados vêm de áreas correlatas à programação e ao desenvolvimento de software, especialmente em linguagens como PHP e outras tecnologias amplamente usadas na web. Estimativas incluem:


Programadores PHP, JavaScript, HTML/CSS: Cerca de 3% a 5% dos motoristas de aplicativos possuem formação em programação, especialmente em linguagens de desenvolvimento web como PHP e JavaScript.


Apesar da demanda por profissionais de TI, muitos programadores encontram dificuldades em se inserir no mercado por falta de experiência ou especializações mais avançadas.


Técnicos em suporte e manutenção de informática: Estima-se que 5% a 8% dos motoristas de aplicativos tenham formação técnica em suporte e manutenção de informática, uma área que também sofre com a precarização e a falta de oportunidades formais.



3. Motoristas de Uber com formação técnica em eletricidade e áreas correlatas


Profissionais formados em cursos técnicos como eletricista predial e manutenção industrial também representam uma parcela significativa dos motoristas de aplicativos e trabalhadores subempregados. Estima-se que:


Eletricistas prediais e industriais: Aproximadamente 4% a 6% dos motoristas tenham formação técnica em eletricidade predial ou industrial. Esses profissionais enfrentam desafios relacionados à instabilidade no setor de construção civil e à redução dos investimentos em infraestrutura.




4. Outras formações técnicas e profissionais


Além das áreas mais tradicionais, muitos trabalhadores subempregados possuem qualificações em cursos técnicos voltados para administração, logística, e gestão, bem como áreas voltadas para o mercado criativo e de serviços. Estimativas incluem:


Formação em administração e logística: Cerca de 10% a 12% dos motoristas de aplicativos possuem cursos técnicos em administração ou logística, áreas que frequentemente são saturadas, levando à baixa empregabilidade ou precarização dos contratos de trabalho.


Manutenção automotiva e mecânica industrial: Aproximadamente 3% a 5% dos motoristas têm formação em manutenção automotiva ou mecânica industrial, enfrentando dificuldades devido à falta de vagas formais e ao impacto das crises econômicas sobre a indústria.



5. Cenário geral de subemprego nas áreas técnicas e profissionais




O subemprego de profissionais qualificados é um reflexo da dificuldade de inserção no mercado formal de trabalho. Com a saturação de certas áreas e a precarização de outras, muitos formados em cursos técnicos e áreas criativas acabam recorrendo ao trabalho informal ou a plataformas como o Uber para garantir uma renda mínima. Estima-se que:


40% a 50% dos profissionais formados em áreas técnicas e criativas estão subempregados ou trabalhando fora de suas áreas de formação.


30% a 40% dos trabalhadores com formações em design, programação e áreas correlatas têm dificuldades em encontrar empregos formais e acabam atuando como freelancers ou em empregos informais.


Conclusão


A inclusão de áreas como design gráfico, animação, edição de vídeo, programação web e eletricidade predial na análise de subemprego revela um cenário preocupante de desperdício de capital humano no Brasil.


Apesar da crescente demanda por profissionais de tecnologia e criatividade, muitos formados enfrentam dificuldades para se inserir no mercado formal, seja pela falta de vagas, pela alta concorrência ou pela precarização das condições de trabalho.


Isso leva a uma situação em que trabalhadores altamente qualificados estão subempregados, atuando em empregos temporários ou informais, como motoristas de aplicativos e freelancers. WIKIPEDIA. Série Apple II. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9rie_Apple_II. Acesso em: 19 out. 2024.

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Alessandro Albuquerque Fragoso Catão
Oct 23, 2024
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lucasoliveira42206714
Oct 21, 2024
Rated 5 out of 5 stars.

Muito bom

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